Psicologia Organizacional e do Trabalho versus Coaching Organizacional
- COOPSI
- 29 de mai. de 2018
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As organizações usufruem de novidades, instrumentos/ferramentas, tecnologias e saberes para se desenvolver e continuar no mercado competitivo. Nos últimos anos houve uma crescente busca dos serviços de Coaching pelas empresas, devido aos significativos e pontuais resultados. A Psicologia dentro das corporações também é requisitada, pois existe uma maior preocupação das organizações com os sujeitos que trabalham nelas, e são fundamentais para o seu sucesso. Ambos os saberes e práticas são direcionados aos indivíduos dentro das empresas, contudo diferem no foco, estratégia, método, etc.
A Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), segundo Cascio (2001) é uma divisão aplicada e teórica da Psicologia voltada ao estudo do comportamento humano relacionado à produtividade, às organizações e ao trabalho. A atuação dos psicólogos deste ramo está voltada para os funcionários, ao promover um ambiente saudável para a execução de suas tarefas e ajudá-los a realizarem as mesmas, e as organizações a alcançarem seus objetivos, das seguintes formas:
Selecionando as pessoas para as tarefas, treinando-as, concedendo promoções/aumentos de salários, abordando o que incomoda, avaliando o desempenho com precisão, e promovendo justiça nas empresas;
Ajudando os empregados a serem produtivos, desenvolvendo habilidades e competências, projetando padrões de trabalho que melhorem a efetividade e eficiência;
Assegurando tarefas interessantes e satisfatórias, criando trabalho recompensador e seguro, áreas de trabalho eficientes, motivando os empregados a melhorarem o desempenho e criando equipes que trabalham unidas combinando talentos e perspectivas diversas. (ROTHMANN; COOPER, 2017, p. 12).
A POT divide-se em duas especialidades: Psicologia Organizacional e Psicologia do Trabalho. A primeira é direcionada para o comportamento dos indivíduos, grupos e organizações na situação de trabalho, como motivação; liderança; comunicação; comportamento do grupo; qualidade de vida e comportamento problemático; planejamento, desenvolvimento e cultura organizacional; e diferenças individuais e diversidade.
Já Psicologia do Trabalho volta-se a temas relacionados à gestão de pessoas, a exemplo, planejamento de recursos humanos; análise, descrição e especificações de cargo; indução e treinamento; desenvolvimento de carreira; recrutamento e seleção; avaliação de desempenho; e avaliação de cargo e compensação.(ROTHMANN; COOPER, 2017).
A segunda prática abordada aqui: o Coaching, que terminologicamente significa tutoria, instrução ou treinamento. De acordo com Krausz (2007), coaching é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional, com foco no presente e no futuro, que auxilia uma pessoa ou um grupo de pessoas a atingirem seus objetivos por meio da identificação, do entendimento e do aprimoramento de suas competências. O coach, profissional responsável por conduzir o processo, auxilia o cliente, o couchee, a atingir o máximo do seu potencial, incentivando-o na busca dos resultados e ensinando-o a aprender com seus próprios recursos e limites. A técnica visa a auxiliar no estabelecimento de metas de maneira organizada para o alcance de um determinado objetivo. (LANGE; KARAWEJCZYK, 2014).
O coaching consiste em um relacionamento que gera novos conhecimentos, habilidades e atitudes e agrega valor à organização. O seu foco nelas podem ser no sujeito – coaching executivo – ou na equipe. O primeiro desenvolve habilidades e o conhecimento de uma pessoa para que melhore seu desempenho profissional e sejam alcançados os objetivos da organização. Tem como propósito efetivar um alto nível de atuação e progresso no trabalho, embora também possa ter impacto na vida privada do indivíduo. Geralmente tem curta duração e focaliza habilidades e metas específicas. (CLUTTERBUCK, 2008).
Hackman e Wageman (2005) explicam que o processo de coaching para equipes refere-se à atuação de gestores, enquanto líderes de equipes, que envolvem e direcionam pessoas para atingir metas coletivas. Para tanto, o papel do líder é organizar a equipe e remover obstáculos que possam atrapalhar o desenvolvimento do trabalho, dentro da premissa de que, ao longo do processo de desenvolvimento, a equipe vivenciará diferentes estágios de evolução.
A POT e o coaching são recursos técnicos e teóricos importantes para o desenvolvimento de sujeitos e empresas. Estas podem possuir profissionais de ambas as áreas em seu quadro de funcionário, geralmente no setor de Gestão de Pessoas/Recursos Humanos; ou contratarem os serviços através de consultorias – como a COOPSI. Ademais, os psicólogos organizacionais e do trabalho são graduados em Psicologia e especializados em POT ou Gestão de Pessoas; já os coaches possuem formações diversas e fazem curso complementar sobre Coaching. Assim, um psicólogo pode ser coach, mas o contrário não é ético sem a formação em Psicologia.
Referências
CLUTTERBUCK, D. Coaching Eficaz. São Paulo: Gente, 2008.
HACKMAN, R.; WAGEMAN, R. A Theory of Team Coaching. Academy of Management Review, v. 30, n. 2, p. 269–287, 2005.
KRAUSZ, R. R. Coaching Executivo: a conquista da liderança. São Paulo: Nobel, 2007.
LANGE, A.; KARAWEJCZYK, T. Coaching no processo de desenvolvimento individual e organizacional. DIÁLOGO, Canoas, n. 25, p. 39-56, abr. 2014.
ROTHMANN, I.; COOPER, C. Fundamentos de psicologia organizacional e do trabalho. Tradução de Luiz Claudio de Queiroz. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
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